Idosa de 103 anos é curada do Coronavírus em hospital de São Caetano
A aparência é frágil e a voz soa tênue, às vezes quase inaudível. Mas que ninguém duvide da força da sancaetanense Luiza Peinado Campoi, 103 anos, que recebeu alta quarta-feira (12/5), após 15 dias internada com a covid-19 no Hospital de Campanha de São Caetano do Sul.
“Saúde vale mais do que tudo. Quem não fica doente é que não sabe”, ensina dona Luiza, que já se encontra de volta, recuperada, ao Lar Nossa Senhora das Mercedes.
Apesar da boa saúde ao longo de 103 anos de vida, a idade de Luiza Campoi requer cuidados constantes, que nos últimos anos têm sido prestados, carinhosamente, pelas cuidadoras do Lar, onde ela foi recebida com flores e festa de boas-vindas.
Sob aplausos e muitas manifestações de carinho também foi a despedida do hospital, que emocionou toda a equipe médica dedicada ao combate do coronavírus em São Caetano: “Vocês aqui são uma joia da vida. Eu só desejo uma coisa: que a saúde que Deus me deu, dê a vocês também”, disse dona Luiza, sensibilizando os profissionais de Saúde.
REENCONTRO VIRTUAL
Agora só falta uma coisa para completar a alegria de dona Luiza: “Vamos fazer uma chamada de vídeo para que ela possa ver a família”, anuncia Catarina Sotero, assistente social do Lar Nossa Senhora das Mercedes.
Desde o começo da quarentena, os contatos têm sido à distância. Os filhos de dona Luiza, Ângela e Wagner com, respectivamente, 81 e 72 anos de idade, também estão respeitando, rigorosamente, o distanciamento social.
Por isso, o clima na família, agora, é de muita expectativa para o reencontro virtual, enquanto a situação não permitir aquele abraço gostoso que todos almejam.
“A notícia de que ela havia sido internada foi um baque. Minha mãe sempre teve a saúde muito boa”, conta o sr. Wagner. “Mas eu sabia que ela estava sendo bem cuidada no Hospital de Campanha, que está tratando dos casos menos graves. E os médicos me davam notícias dela diariamente. Todos me atenderam de forma magnífica”, elogia.
FORÇA INSPIRADORA
Não foi fácil passar o Dia das Mães sem a dona Luiza, admite Wagner. “Mas eu dizia aos meus filhos: ‘Sempre existe um dia seguinte. Não podemos nos abater.’”
A força do sr. Wagner certamente foi herdada da mãe. Os profissionais de Saúde ficaram particularmente comovidos com o ânimo de sua paciente mais idosa. É o que conta o médico Alessandro Neves, diretor técnico do Hospital de Campanha de São Caetano do Sul: “A alta de dona Luiza deixou ensinamentos a todos nós, do Hospital de Campanha. Durante todo o período de internação ela se mostrou com bom astral, sempre animada em todos os momentos. A lição que fica é a vontade de viver. É uma mensagem de otimismo para os pacientes e para todos nós, profissionais de saúde”, declara o médico.
“Ela era a alegria do nosso quarto. Sempre muito lúcida, contava piadas, nos dava alívio num momento difícil”, manifestou-se, por rede social, Eliete Reis, que também esteve internada no Hospital de Campanha. Eliete também não poupa elogios à equipe médica. “Equipe maravilhosa, nota mil, mesmo eu tendo convênio médico fiz questão de ser tratada no ‘hospital de amor’… É assim que defino o tratamento que tivemos… Tratamento do amor. Médicos, enfermeiros, auxiliares, faxineiras, enfim, todos fomos tratados com amor. Minha eterna gratidão a esses profissionais.”
– Fonte, foto e texto: PMSCS