Disciplina em casa: como fazer funcionar?
Por Rosemeire Baltazar Francisco, Psicopedagoga e Diretora Pedagógica do Colégio Castelo
Na família moderna tentamos ser o mais justo possível como mãe e pai. Deixamos os filhos exporem suas opiniões e fazerem suas solicitações, mas também incluímos regras acreditando que elas são importantes para uma boa convivência em família, além de criar filhos preparados para enfrentar o mundo.
Mas vamos combinar: Se você ganhasse um real para cada vez que pedisse para seu filho fazer algo, suas contas estariam todas pagas.
Você quer que ele te ouça e obedeça, sem deixar a casa parecendo um campo de batalhas. Mas, como a maioria dos pais, você provavelmente não quer que ele te veja como um sargento, então você sempre pede por sua cooperação.
E mesmo assim tropeçamos, somos um pouco permissivos demais ou rígidos demais em outras vezes. Como é difícil fazer esse balanço!
E justamente porque saber que esse é um ponto importante na criação dos filhos, e que gera muitas dúvidas por aí, convido à uma reflexão sobre aqueles “errinhos” que nós pais costumamos cometer (por vezes sem saber que isso gerará um problema no futuro!)
1. Dar uma punição que você não vai conseguir cumprir e então voltar atrás.
Sabe quando você fala para seu filho: “você fez isso, agora não vai poder ir à casa da sua avó e brincar com seus primos?”. Pois é, só que você sabe, no fundo, que falou isso apenas na hora da raiva. Porque você já combinou com sua mãe que seu filho vai, com a sua irmã que os primos vão brincar juntos. Então seu filho acaba não tendo penalização alguma (porque chega na hora de sair e você o deixa ir), e fica o dito pelo não dito. Ou então você diz: “vai ficar um mês inteiro sem televisão!”. Só que na hora do aperto você deixa seu filho ligar, porque precisa resolver alguma coisa em casa sem interrupções. E aquele mês de castigo se transforam em apenas dois dias. No fim, fazer isso é mostrar ao seu filho que tudo bem fazer algo errado, porque as consequências serão bem leves, ou não vão acontecer. Evite!
2. Você não está usando a linguagem correta.
Tem muita gente que acredita que dá para ser amigo do filho. Dialogar, conversar, dar espaço é uma coisa, mas é preciso se impor como pai e mãe, pois as crianças realmente precisam desse limite até para se sentir mais seguras. Então em vez de falar: “filho, você não acha que está na hora de fazer sua lição de casa?”, talvez seja MUITO melhor dizer: “desligue essa televisão agora e vá fazer sua lição”. Não é preciso aumentar o tom de voz, mas manter a firmeza. Por mais que exista a reclamação, o “bico”, a cara amarrada. Afinal, até que as crianças tenham maturidade para reconhecerem seus deveres leva um bom tempo. Antes disso você precisa ser bem explícito sobre o que seu filho precisa fazer.
3. Flexibilizar as regras.
“Mãe, posso ver só mais um desenho? Só mais um, vai?”. E você deixa. Mesmo sabendo que estava na hora de fazer outra coisa. Aí sabe qual é a consequência? Você se atrasa, seu filho se atrasa, você fica nervosa e acaba estourando. Mas quem tinha mesmo deixado que seu filho assistisse a mais um episódio e não trocasse a roupa? Pois é, você! Às vezes, para evitar guerras, você acaba cedendo (e nem todas as guerras precisam ser compradas, porque se não pai e mãe enlouquecem). Mas na GRANDE maioria das vezes você precisa ser claro, objetivo e coerente. Um exercício para lá de complicado. Mas necessário.
4. Não deixar que seu filho se frustre.
No fundo, toda mãe e todo pai querem que o filho seja feliz. Então quando você percebe que chegaram à loja para comprar um presente que foi prometido, e JUSTAMENTE o brinquedo que ele queria acabou, você acaba tentando levar algo ainda melhor! A criança esperneia, grita, chora, e você está lá, tentando tapar o buraco, oferecendo algo que nem era o que ele queria (mesmo que, obviamente, a culpa dessa frustração não seja sua). Claro que dá para tentar negociar, oferecer uma alternativa, mas se seu filho queria tanto aquele outro brinquedo, será que não consegue esperar mais uns dias para ter o que realmente deseja? Esse é um exercício que ele levará para a vida inteira, porque nem sempre conseguimos tudo o que desejamos quando crescemos ou levamos um bom tempo para concretizar essas conquistas.
A disciplina é uma ação de amor e uma necessidade absoluta na educação, afinal é ela que proporciona as orientações para a vida dos filhos. Tentar, a cada dia, fazer o melhor por eles também significa impor regras e fazer com que se cumpram.
Fácil? Não. Mas acredito que todo esforço é recompensado e garantir o crescimento saudável de nossos filhos vale a pena.
Sobre o Colégio Castelo São Caetano
O Colégio Castelo é uma instituição privada de ensino que visa, primordialmente, três valores essenciais – conhecimento, cooperação e autonomia; três aspectos fundamentais na construção de personalidades que acreditam na estreita relação entre conhecimento e transformação social e cultural, cooperação e construção de comunidades solidárias e sustentáveis, autonomia e desenvolvimento de relações democráticas.
O compromisso do Colégio Castelo com a Educação e a Cultura, se traduz na qualidade de um projeto educacional fundamentado num trabalho de reflexão constante, em sintonia com o que se produz de mais avançado, nas áreas de conhecimento relacionadas com Educação.
O aluno é a razão de ser da proposta pedagógica do Colégio Castelo. Isso significa que cabe ao Colégio propiciar à criança e ao jovem a aquisição e a produção de conhecimento, respeitando a sua individualidade. A relação de confiança mútua e a identificação da comunidade de pais com os valores básicos da Escola são fatores fundamentais para a plena realização da proposta educacional. www.facebook.com/ColegioCastelo
– Fonte, foto e texto: NWay Comunicação / Aline Domene
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